sábado, 19 de junho de 2010
segunda-feira, 14 de junho de 2010
segunda-feira, 17 de maio de 2010
Como são belos...
Os anúncios do Azeite Gallo!!!
Uns melhores outros piores, cá estão alguns:
I
II
III
IV ( excelente!)
V (o meu preferido...)
VI
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Partir para a escuridão
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhu30c3OpfSkTh2QsdMQW7JUzqgLKLirVxq6CDBKOdlowh5albS-lKDBPaNznzLMoXpiZngMuKlRUljf8zOKpooyFhUzITqo-d-dxQVdOcYm_rVQ9ddyJfim2bC73UMD53U0xjcLgOGe7I/s400/Lagrimas_de_sangue.jpg)
E a tinta borrata o coração
Sujando as maravilhas
Da ilusão
Quero fechar os olhos
E sonhar eternamente
Abandonando a vida
Que nunca vivi realmente
Vou dar a minha vida aos demónios,
Partir para a solidão
Que há na escuridão
Do infinito
Onde só se ouvem vozes
De almas perdidas
Num poço tão fundo de dor
Que ecoam nos tetos dos céus
E que o meu coração fraco
Degradado pela tristeza
Pare de bater
Para não mais sofrer
De paixões sem franqueza
E o meu corpo ficará na terra
A apodrecer
E terminará a guerra
Porque a minha língua vai secar
E vou parar de gritar
domingo, 25 de abril de 2010
Porque é 25 de Abril...
![](http://maismemoria.org/mm/wp-content/uploads/2007/04/20070425_ilust25abril.jpg)
(Que azar.... O feriado tinha que calhar num Domingo! Aff...)
Conquista
Mo consente.
Mas a minha aguerrida
Teimosia
É quebrar dia a dia
Um grilhão da corrente.
Livre não sou, mas quero a liberdade.
Trago-a dentro de mim como um destino.
E vão lá desdizer o sonho do menino
Que se afogou e flutua
Entre nenúfares de serenidade
Depois de ter a lua!"
Miguel Torga, in 'Cântico do Homem'
sábado, 24 de abril de 2010
domingo, 18 de abril de 2010
Sem titúlo, pode ser?
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgAeCZ_mtl_3ExAPpwdFjblqX5zXz9zLJ8Ai5qmYsAKSMddTx-ehjkYPQ2dZf_QWKv3MaUBF_WycrLW3sExcO1NaMYaHYuFeZpaGS95jh8H2ueAMil6RsP2yAqwZFrqslh0hQPLasmqJ8I/s400/trapped-1.jpg)
Abriu os olhos com dificuldade e levantou-se calmamente. Estava tudo muito escuro quando, do nada, viu uma intensa luz aproximar-se e contemplou-a até ao ponto de perceber que era um comboio… Num segundo, ficou pálido e arregalou os olhos fechando-os feroz e rapidamente de seguida.
Reabriu os olhos cautelosamente. Estava tudo agora claro e vazio. O comboio não tivera produzido qualquer tipo de som e continuava no ar um silêncio desagradável. Estaria ele morto? Confuso, olhou para o chão e em frente aos seus chinelos viu um comboio de corda… Era um passado brinquedo dele... Baixou-se, tocou-lhe e este esvaziou-se como se fosse um insuflável ou um balão. Não percebia o que se estava a passar. Morto não podia estar, pois sentia o seu coração bater aceleradamente, estaria então a sonhar? Sempre tivera sonhos muito esquisitos e sem sentido e este poderia muito bem ser um desses. Suspirou. Depois de o fazer, o comboio voltou a encher-se, cresceu e tornou-se, pelo menos aparentemente, real.
Entrou no grande comboio de corda. Era muito espaçoso mas só tinha duas cadeiras. Tentou-se sentar numa delas mas esta pareceu empurrá-lo. Atrapalhado, sentou-se na outra que não o rejeitou. Pela janela, ligeiramente embaciada, distinguia vultos pretos em pequenas gôndolas em cima de altas arvores… Que sentido teria aquilo? Ele não sabia, mas pelo menos ganhara a certeza de que estava a sonhar.
O comboio parou silenciosamente. Levantou-se da cadeira e tentou abrir a porta do comboio. Esta, mal ele lhe tocou, dissolveu-se no ar.
domingo, 11 de abril de 2010
Construção do caminho
Porque com vontade o percorro
E por isso amo a vida
E por isso temo a morte
Já corri
Já tropecei
Já caí
Já chorei
Já me levantei
Já errei
Tentei descobrir a luz
Por medo à escuridão
E quando a encontrava
(E com ela me fascinava)
A noite caía
E deitado no chão
Gritava e chorava
Desesperado,
Naquela triste solidão
Com as lágrimas nos olhos
Inutilmente derramadas
Levantava-me
E corria à procura
Das belas flores
Dos doces frutos
Dos melodiosos sons
Tão ingénuo que só isso via…
Tentei alcançar as flores
A alegria das suas cores
Mas entre elas havia espinhos
Que me cravaram a carne.
Derramaram-se várias gotas
Vermelhas e incolores
Descobri então as silvas entre as flores
Piquei-me, tropecei e quase caí
Tentei colher frutos
Onde não havia obstáculos
Comecei a ouvir vozes
Melodiosas vozes
Segui-as e caí
Caí no pecado
Chorei,
Berrei,
Com mais força que nunca
E na manhã seguinte levantei-me
E errei novamente
Desnecessariamente
Baixei a cabeça
Rastejei
Andei perdido
Magoei seres inocentes
Queimei-os com a minha raiva
E culpei-os dos meus fracassos
Abri os olhos
Quando o sol abriu os seus
Chorei
Levantei-me e dei a mão
Em sinal de perdão
Àqueles que magoei
Deixei que o tempo diluísse tudo
As palavras frias,
Os olhares ferozes,
Os gestos violentos…
Depois de sarar as feridas
Caminhei em frente
Deixei de colher flores
De me interessar pelos frutos
Ignorei as vozes
Apreciei os sons
E não temi mais a escuridão
Agora só temo a morte
quinta-feira, 8 de abril de 2010
Só para ouvir...
sábado, 27 de março de 2010
Sem paciência...
![](http://kenyonreview.org/blog/wp-content/uploads/2008/12/daylight-savings-time.jpg)
A ver tudo e a tudo ver
Por vulgaridades era fascinado
Na esperança de algo escrever
Deixei de escrever um dia
Pois não tinha inspiração
Escrever em vão
E sem vontade
A ninguém aquece o coração
Mais vale tomar a liberdade
De não o fazer
Esperei…
Mas o tempo não espera
O Tempo passa
Corre depressa
Ele com calma,
Nós com pressa
Mas para que tudo aconteça
É preciso tempo
Ele oculta palavras
Mas não as esquece
Guarda-as com o vento
Para o melhor momento
E na hora exacta,
Espalha-as então
Estou à espera
Que o vento me dite as palavras
Que o tempo disse com paciência
Elas no momento certo aparecerão
Para já, não há inspiração
quinta-feira, 18 de março de 2010
Revolta
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgmI29BnSxIK-VIveOQSTgvVZ81_Ilv1wexGDpnaPm7Blz21lkS10S6p5M6i8hC2nbZEW3jagQBuiSYJfn-hF-c3w_oHEESbvsIHsIbPTjpij-luqtxjNP0AnNMJ4ZSbyMEtzJFJ3t9XBE/s400/garras.jpg)
segunda-feira, 15 de março de 2010
Só uma frase...
sábado, 13 de março de 2010
Gritos de silêncio
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTjmEw9lyGIWeG3UnfQN73ABPDJ-tVia2Gyn23JFLfyew-H9LrqKI6weHkALsSdN92_3TbtzQILTOTL6ulZ3UqJZjsP9M3pCPoN-nMDcSSLfk_V0bqyrZPGlNu3EStHHkJXWk6-GVqv2U/s400/O-grito.jpg)
quinta-feira, 11 de março de 2010
Sou cego e surdo
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgT-yXEeQxm8I55E9HfUXkyfqOhWtW4F4x-UTOCns8EooKANfgeClTOBgeNjwczCH7nMTKF-o1tkrScRFx78ZbP6Y8jQbPOQZZe_QmpOmReTXrUAciR_m4CAI3QPrmnpFhe1cat7M7M3aE/s400/cego-mudo-surdo2.jpg)
Sentado, a observar esta rua vulgar, vejo os rostos que por aqui vão passando. Alguns acompanhados, outros solitários, mas em cada um, uma personalidade. As suas expressões manhosas reflectem os pensamentos sujos que nas suas mentes vagueiam. Tento não ver o carnaval que desfila na rua. Mas, neste sítio, só vejo mascaras. Mascaras discretas e sem cor. Leio o jornal e vejo o espelho das suas palavras, neste sítio. Ouço sussurros deste e daquele. Relatos de crimes (não sei se reais), chegam-me também aos ouvidos. Tento ignorar tudo, mas não consigo. Não vejo sorrisos sinceros nem olhares verdadeiros e não ouço palavras humildes de ninguém…Odeio esta Terra! No entanto, não irei regressar aquela que mais me fez chorar. Não quero viver nesse lugar repleto de recordações. Estou aqui apenas há duas semanas. Mesmo assim, apercebo-me de toda a maldade que me rodeia… Provavelmente sou cego e surdo e estou a imaginar o que não vejo nem ouço realmente.
quarta-feira, 10 de março de 2010
Um jogo...talvez
Não gosto de terminar um jogo. Não gosto nem de ganhar nem de perder, só, simplesmente, de jogar. Avançar casas, recuar casas, ganhar bónus e, por vezes, voltar ao inicio. Tudo isto são apenas regras que o jogo exige para o tornar mais difícil. Este, é interessante se os outros jogadores seguirem essas regras na nossa companhia. Por vezes temos de os passar à frente umas quantas casas, mas o jogo é mesmo assim… O jogo diverte-nos e enerva-nos.
A vida é um jogo. Não gosto de ganhar nem de perder, só, simplesmente, de o jogar.
sábado, 6 de março de 2010
Vou-me embora
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghwNzh_MWwg5aeu-l-yG_BVW0RHjgfnYVU6pas98D2ihB0H7oI4-gGGV58JewUJ0l5cFxy6JbMBNKvcwvz0tLdB-uWg4s4_ure8YGx0fBSFoLI5-lapIioPQfT4qAQ1Q3_UZRov6oR_oQ/s400/2647665%5B1%5D.jpg)
Como faz o ser humano, graças ao tempo, lá te fui esquecendo… De malas feitas e decidido, pronto para partir, para desistir… Tu regressas! Agora já não interessas. Não quero ouvir as tuas explicações, tiveste tempo para mas dar, tantas vezes te tentei contactar… Agora, fica tu sozinha na amargura desse maldito lugar à espera que eu volte! Sobre mim só vais ouvir sussurros inventados por velhas coscuvilheiras. Segue o teu caminho que eu seguirei o meu. Talvez os nossos trilhos se cruzem, mas por agora, não quero pensar nestes anos perdidos em que deixei de viver.
segunda-feira, 1 de março de 2010
Não acredito no acaso
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-rwjTX4WCjHGMc_Pert_D1JMe9E0G_1toeUXoTrSUFmcaWAzx12eZcNu09mjkA2ypRjkadt6dcZqF0akVLfpyGtCXPmZq30ghfDQh9EfK5dWa8_ZjQcVGsU3vXT6CE7hgtqoA55WW4dA/s320/dark-door.jpg)
[Peço desculpa pelo texto não estar lá muito bem... Não tinha grande coisa para postar...Critiquem!!! ]
[Podemos vaguear pelo destino se for esse o nosso desejo, afinal de contas, o destino é nada, não está bem definido. Há gente que não se preocupa em fazer uma linha recta, mas em desenhá-la da maneira como se sente e como lhe convém. Assim são os aventureiros…Ou os irracionais.]
As linhas do destino das pessoas cruzam-se obrigatoriamente com outras, senão a vida seria fácil e também infeliz. Portanto, acontece o que tem de acontecer. Temos todos reacções distintas porque cada pessoa é diferente da outra. Até os acontecimentos mais ridículos têm um objectivo no nosso destino e a nossa função é interpretá-los. Devemos tentar arranjar soluções porque elas servem para remendar traços mal feitos.
O destino não é obra do acaso nem arte de adivinhos e bruxos. O destino vai acontecendo e somos nós que o vamos formando com os traços que marcamos no passado, as nossas acções, decisões, escolhas. No passado está o tudo que define o nada do destino. Devemos sonhar e imaginar as nossas linhas mas com cabeça, com pouca loucura. A maior virtude ou sonho do Homem, por vezes é o que lhe estraga o belo desenho do destino.Tens muitas portas para escolher, janelas para abrir, traços para fazer. A receita é: duas gota de loucura, uma de juízo.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Por falar em ler...
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-0fy-doOuNkrQLTJi-gBhyphenhyphen4o2hJmmn1LMQSFuG24Tj47RsQTuKrxlNQxeVsFPiHZ_kjN_P0raD5gc9yC5U6MegRsExPHg_PBSj315uacLqhDQX_15RYvWX0t5t8bHC0jtoY1J4hHb0tk/s320/normal_72681_photo.jpg)
Portanto, vou ler...
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
Aquela noite
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIk2YtmzqoCcvC1iI0uUS0GPDgFPOOxw_EVe00SILChyFvBHpPCc7VtiguvOVfxMTMmpJOJmEq5ty0zqawENuq362Cbq6u5fbF103cOOVFgiQJi1dYh0JZLpaJU5X_4nzfGGQMbJ1BcVk/s320/go%2520cidade%2520goias%2520noite%25206.jpg)
[Um excerto de uma história minha... Sei que está desastroso mas não tinha nada para postar...]
(...)
Fiquei a admirar as suas pelugens molhadas e a elegância do seu andar até que ela apareceu. Aproximei a cabeça rapidamente da janela que estava terrivelmente gelada. Ela veio de gabardine vermelha. Fiquei suspreendido porque ele vestia-se sempre de preto ou de branco. No branco mostrava a sua paz perante o mundo e no preto escondia todas as suas cores como eu ocultava no papel os meus sentimentos por ela.
Sentou-se na relva, apesar de ter um banco ao lado. Já devia estar habituado a este tipo de acções da parte dela, porém, surpreendia-me sempre com as suas acções imprevisiveis. Para minha grande desilusão, fechou os olhos que eu almejava contemplar. Concentrei-me nos seus lábios perfeitos. Imaginava o dia em que eles tocassem nos meus numa noite em que a lua nos iluminasse e mostrasse uma beleza superior. Assim a costumo desenhar com palavras, abraçada a mim. A escrita leva-me a ilusões que me fazem sofrer e que ao mesmo tempo me dão força e esperança. Só queria poder ler os seus pensamentos, atravessar a sua alma e conseguir dizer-lhe o que realmente sinto. O pensamento fala por mim e não dá vez ao coração. Passo assim todos os dias… Sofro porque amo. Sofro por vê-la e não lhe poder tocar nem falar. Sofro mais quando não a posso ver porque tenho de a imaginar e com esses fantásticos pensamentos, desconcentro-me em tudo o que faço. Ou no que acabo por não fazer...
Passou algum tempo e ela entrou para dentro de casa com um ar um pouco sério. A sua meditação (ou o que quer que fosse que ela estivesse a fazer) deveria ter sido em vão. No entanto, continuava com o olhar sereno.
Eram quase onze horas e estava lua cheia. Só se conseguia ver a sua luz. A beleza da lua era escondida pelas nuvens cinzentas que a sobrepunham. Finalmente percebi o que não devia perceber porque não tem explicação. Apetecia-me andar de bicicleta e ia fazê-lo. Foi um desejo repentino e quis concretizá-lo. A noite era fantástica, mesmo chuvosa e sombria.
Peguei na minha velha bicicleta cheia de teias de aranha e ferrugem e saí à rua. As poças de água reflectiam as luzes da vila e o musgo entre os paralelos brilhava. Ia começar a andar quando a vi. Trazia sacos do lixo nas mãos e pousou-os no passeio. Ficou algum tempo parada a olhar para a lua. Silenciosamente fui ter com ela. Sem olhar para mim cumprimentou-me e eu retribui-lhe a saudação. Dirigi-me a ela, desta vez sem qualquer indecisão. Involuntariamente agarrei-lhe o braço esquerdo e fitei-a. Os seus olhos brilhavam mais que a lua. Não teve grande reacção mas olhou-me fixamente. Sentia que ela conseguia ler-me mas eu continuava com duvidas acerca do seu olhar. Não pronunciámos nenhuma palavra mas aquele momento de silêncio, para mim, disse mais que mil palavras.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Sou imortal
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjwwaaXYJuDCXLhbn8pVL44A_CSRSLEpUAlOeCiappkSqBBi-8FRTJLzref7eKK2Uj0Z-cfcBL6kuwVl8pn2inVnbDffcIFc4Sb1BnJOJuJgtHJi87P1_RvHleo-YcP240BkchblzEU2Tg/s320/2449575%5B1%5D.jpg)
Desta repetição constante
Tão desinteressante
Que é a minha vida…
Vida!
Se é que assim se pode chamar
A esta monotonia
Sem melodia
Que me faz querer sonhar
Num sonho eterno
Frio e escuro
Que é a morte
Caio na solidão,
Vezes e vezes sem conta
Os meus amigos envelhecem
E os meus olhos humedecem
De os ver desaparecer
Abandonando o meu ser
Já não tenho sensações
Nem emoções
São tudo réplicas do passado
Que deixam vacilado,
O meu pobre coração
Sumiram os aromas
Os sabores
E os sons
Para mim já é tudo igual
Quer seja cópia ou original
Está indistinto
No que eu sinto
Se ler ou escrever
Serão para mim um prazer
Ou se o faço for fazer
Já nem os problemas
Para mim o são
Para todos eles
Já tenho solução
Para o céu ou para o inferno
Vá para onde for
Não me importo…
Quero me é livrar
Do fardo eterno
Que tenho de carregar
Esperando que a morte me leve
Tendo esta esperança excessiva
De abandonar a vida
E ainda pedem os mortais
Para imortais serem
Se a vida eterna apenas serve
Para sofrerem?!
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Com preguiça
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-i3tJJhxd6NtIzunJfUE0PSZomSEFLLnL7Y1SFxFTHeWqabQTUCppv4czQgNG0KU9sVdoOe-lBojqrDIDMY0kW5zosrFuk4I0jG5Skxkfc7UzVnaHvMr093MtehXMFmlpVAQLcyHV8fg/s320/livro.jpg)
"Ai que prazer
Não cumprir um dever,
Ter um livro para ler
E não o fazer!
Ler é maçada,
Estudar é nada.
O sol doira
Sem literatura.
O rio corre, bem ou mal,
Sem edição original.
E a brisa, essa,
De tão naturalmente matinal,
Como tem tempo não tem pressa...
Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.
Quanto é melhor, quando há bruma,
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!
Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol, que peca
Só quando, em vez de criar, seca.
O mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças
Nem consta que tivesse biblioteca..."
Fernando Pessoa
Vou aproveitar o meu dia de preguiça...
Até ao próximo post!
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
Escrita
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgpScEvXhsIgrztM2063O6qh_KWxHFGSuZ3FQPRLoARKNIGI2YxiXyJkuVjuroVunw3DQUgYKms5pC_4eVNnrZXq9pv5vODBbJgSfzXfSJEiUWvRZC_HjVKXeIsBbbSJvLEmwfr2GDTjCc/s320/papel.jpg)
A folha assusta-me…E saber que a tenho de preencher assombra-me ainda mais. Ela goza comigo por eu não ter que escrever e não a conseguir vencer, mas eu não desisto. Começo a arranjar uma estratégia e crio palavras. As palavras nascem incolores e puras. As vezes vão escorrendo e saltando por rochas e vão levando impurezas que a turvam e assim vão formando a história. Depois nasce a personagem que, regada pelas palavras, se torna forte e em conjunto comigo tenta vencer a folha branca. A personagem raramente tem rosto e corpo definido, mas eu conheço-a melhor do que ninguém, até mesmo melhor que ela própria. E eu sugiro-lhe ideias que o vento, que não sei de onde vem, me sussurra ao ouvido e ela não diz nada ou concorda com tudo, o que é exactamente a mesma coisa porque eu não chego a um consenso. Até que, a personagem, desesperada e enervada com a constante folha branca se revela e assume o controlo. A sua máscara sem rosto e o seu manto sem corpo definido eram disfarces. Tudo agora se torna claro e é ela que me controla e não eu a ela. Não passo de uma marioneta que não se importa de ser controlada porque isso está a vencer a folha. E trabalhando com a personagem, junto-me com ela e as vezes nem parecemos existir os dois mas apenas um. Sinto-me na pele da personagem, vejo o que ela vê e às vezes chego mesmo a sentir o que ela sente e já não preciso de fingir. Não consigo criar e ter o poder absoluto na personagem, ela tem muito mais força e vontade que eu. E assim o imprevisível acontece. Depois acaba a história. E a personagem, com pena, despede-se de mim e eu sou obrigado a abandoná-la. Ela confortável instala-se na folha branca que foi derrotada por nós. Mais tarde, ao reler a história, voltarei a unir-me à personagem e vamos vencer novamente, como está escrito. Mas agora, outras folhas brancas me esperam e eu tenho de ganhar coragem para as combater.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
A paixão do livro...
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjgr0u4QPXJFHfR3kbO0V1An9PyqTqBnQ13X7TNvu7Xkf0_Ny6TtYX3_shytu1zwiB7a7FxA-sRpdZgEbjaIsaOTvDDKrL_TMM_xNse7rOZkpOWwKGQQB-l2xM_0O6P27-KL9Gzil8gk0I/s320/love-lens-magnifying-book_jpg.jpg)
Letra a letra, palavra a palavra, frase a frase, parágrafo a parágrafo, página a página… o cheiro da historia vai-nos chamando devagar para o livro. E vai-se apreciando e saboreando, cada momento que o livro nos proporciona. E o tempo vai passando… E aprecia-se cada vez mais… e mais… e mais… E gostamos… É doce, é amargo, é frio, é quente, é cheio de sabor e causa sensações!
Passa mais tempo, bem passado…E o que apenas apreciávamos agora é vício, é uma droga e é algo tão indispensável como a água. E agora as letras, as palavras e as frases dançam à nossa volta e seduzem-nos.
Pelo livro, nos apaixonamos… E então, quebra-se o tempo e ele não vai passando, vai voando! Já não apreciamos o livro, já não o amamos, agora devoramo-lo!
E queremos mais, mais, mais, mais história! E devoramos, devoramos e devoramos!
Até que… O tempo passou… A historia acabou… O sabor contínua em nós e queremos mais!
Idade Ladra
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhTAVWdkU1kOmqsqmz2_kiJPIN6QW-yRNVzd7cetUfK__rVwiGM8XV7Yjn2AOdG_Sb-33iWWoXPW5Eqa9AJhoxO8dVAG7n-Yi4HnVdXcftVCvI1o6IwN1GKDngIs2YiPxOc7KoAZXbDzbo/s320/wallpaper-funny-calvin-hobbes-800.jpg)
[Recebi comentários de alguns amigos que dizem que a minha idade parece outra no blog. Ora bem! Decidi escrever um poema sobre a idade...]
Ai a idade!
Que tudo rouba
Leva a criatividade
A inocência e os sonhos…
Que doce que é a inocência…
Ver sempre o bem onde há mal
Viver a brincar e a aprender
O que no mundo tem para se ver
E fazer chapéus de jornal…
O tempo é infinito
Ou nem sequer existe…
Volta atrás, avança para a frente
E fazemos viagens saindo do Presente
Mantendo-nos no mesmo lugar
Sempre a imaginar…
E construímos coisas…
Que os grandes não constroem
E recolhemos coisas
Que os grandes não recolhem
E vemos coisas
Que os grandes não vêm
E temos sonhos
Que os grandes não têm
E somos pequenos e “mais grandes” que os grandes
Mas quereremos crescer…
E depois de crescidos
vemos que…
A energia morreu
A vontade de viver diminuiu
O fruto da ambição apodreceu
O sonho já não existe
O jornal apenas se lê
O tempo é controlado
Vive-se o presente
Pensando no futuro melhorado
E quer-se ser pequeno outra vez ...
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Falando do Medo
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEuSdZLEBmXzzFHDqdnDaRQS-lM8w9mrxdLB0KaYOcpTcOHcfEAk8rxszmnOvR0b-dOCDM3-I9y963eyeKonGGeZ1iJ6B-LcRfS_lOvoKe21HNTKuR-0SVENByznWeD438N8QsssGLEYg/s320/medo100308.jpg)
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Maus dias
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6X09IqBIxrlpmLt9fPiMO0-HsrtCI-NdsaQDXqowL5YxRyK1_9bjO06SsNzDYB40ekLoULVz6dtJV5rm0f3ojbC2LBaxoAQos6OVrFw4SyihmlQp1s0-dhudi8rC8r6CWOwTBI67cGM8/s320/paciencia.gif)
Fui!!!
sábado, 6 de fevereiro de 2010
Segredo de Injustiça
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiG_tEXPYPM3GYEkvmbBx2dyareaF0Yls5K6K4-0mOwucyxIzstD_p_dQxQkQEx_EKkzuMZfFLAaCKkJww0dLk2iK6QazMt5sQBwiC3_v6_-RCpb-fRXGZjXMyu51H1TLbNRc6SFKhaQlE/s320/capa1225218128.jpg)
Entre muita gente, a injustiça aponta-nos o dedo de olhos vendados. Ela obriga-nos a remar contra a maré exaustivamente até encontrar a justiça que por todos ela é cobiçada. No mar imenso, depois de o nosso barco se desgastar, de usarmos todas as nossas forças para nadar e quando não conseguimos nunca o que queremos encontrar, vemos uma coisa que sempre esteve connosco, uma indefesa concha que agora tem uma pérola chamada conclusão. Essa diz que a injustiça não é assim tão injusta porque apesar de nos fazer sofrer, fez-nos pensar, fez-nos lutar, fez-nos acreditar, fez-nos crescer!
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Sonha!!!
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_lwkZUnZauUt1QrRYH9xMFUFdkvocCFJsg_KpBRUoGG3dyULn_19z51GCxVHtvZp9wKQSSU0BgdwMd0sR80mBypEcIVrWjcMSVpiwMav301-57EWHHk-9f9v_zX-JhfksfHcVLG-2BJE/s320/la.bmp)
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Disfarce de um anjo
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji86u4lqqzXAMLs2PaNxR4Z4EoQ852hQDklIlIlprvB1LzEhsYNXvs2XDn9ZShpjWeHu_QHaxNveHenZcAdRLlyhYVaPmqoWtYKR3ApQE8VrxxROAx0BnleDntbznCEdfZ0CPkfO2kROE/s320/Dark-Angel-37616-188543.jpg)
Esta chama sempre acesa
Que queima o cérebro,
Que aquece o coração
E que desejava que fosse apagada…
Este anjo...
Que me ofereceu o maior tesouro
Que eu não desejava…
E dificilmente partilhava
Este diabo!
Que caiu repentino sobre a minha alma
E que se foi embora sem satisfação alguma
Deixando-me abandonado no Pensamento
Nesta vasta floresta…
Onde me encontro perdido e as escuras
Iluminado apenas pela chama que arde no coração
Chama indesejada!
A mais difícil de ser apagada
Quanto mais água se despeja
Mais viva e intensa ela arde...
Que Malvado disfarce deste anjo
Deu-me o céu,
E transformou-o em inferno
Insignificância não insignificante
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5SXA-TKE98cIaL778ZeyYaia-pG2VXRWO9Vnz00IjcHJCxY_h_n2nd5mVrfUYEc1ZlEF0sofybXa1ndrXDD6Ij2OR5rpTTaBy5TetBG1yBWQpDuUEXJ2OsPBeqt4h7GdZ4dQ3WvTeDxg/s320/gota-de-orvalho_1200_1600x1200.jpg)
Serão essas coisas assim tão insignificantes?
De facto, não são. Pensamos que essas insignificâncias são secundárias e que se ignoram e esquecem. Mas não. Na verdade, só nos apercebemos dessas tais insignificâncias quando elas já não existem, quando delas temos saudades.
Há sabores, cheiros, sons… Coisas aparentemente desinteressantes que ao longo dos anos parecem mudar, mesmo que continuem iguais. Os gostos mudam, as pessoas crescem… A saudade do passado fica presente.
Ai! Aquela suave brisa que já não entra pela janela, o cão da vizinha que já não ladra nem chateia, os montes que já só têm silvas em lugar das flores, o xarope horrível que já não se toma, o perfume da avó…
Quando essas coisas insignificantes (mas não assim tanto) fogem nós apercebemo-nos que têm significância.
E este texto, que não tem significância, será recordado para quem percebeu que ela era insignificante.
Apresentação do blog
Henrique Espinafre é o meu heterónimo(uma personagem criada). Provavelmente não irão gostar do que escrevo, porém, este blog é uma forma de entretenimento. Além disso, qualquer pessoa que tenha algo para partilhar consegue escrever boas coisas. Não será bem esse o meu caso porque muitos dos posts (ou todos) irão ter "sentimento artificial" ou imaginado. No entanto, espero que apreciem o blog e que sintam o sentimento como real. Critiquem!!!
Até ao próximo post!