Amo o meu caminho
Porque com vontade o percorro
E por isso amo a vida
E por isso temo a morte
Já corri
Já tropecei
Já caí
Já chorei
Já me levantei
Já errei
Tentei descobrir a luz
Por medo à escuridão
E quando a encontrava
(E com ela me fascinava)
A noite caía
E deitado no chão
Gritava e chorava
Desesperado,
Naquela triste solidão
Com as lágrimas nos olhos
Inutilmente derramadas
Levantava-me
E corria à procura
Das belas flores
Dos doces frutos
Dos melodiosos sons
Tão ingénuo que só isso via…
Tentei alcançar as flores
A alegria das suas cores
Mas entre elas havia espinhos
Que me cravaram a carne.
Derramaram-se várias gotas
Vermelhas e incolores
Descobri então as silvas entre as flores
Piquei-me, tropecei e quase caí
Tentei colher frutos
Onde não havia obstáculos
Comecei a ouvir vozes
Melodiosas vozes
Segui-as e caí
Caí no pecado
Chorei,
Berrei,
Com mais força que nunca
E na manhã seguinte levantei-me
E errei novamente
Desnecessariamente
Baixei a cabeça
Porque com vontade o percorro
E por isso amo a vida
E por isso temo a morte
Já corri
Já tropecei
Já caí
Já chorei
Já me levantei
Já errei
Tentei descobrir a luz
Por medo à escuridão
E quando a encontrava
(E com ela me fascinava)
A noite caía
E deitado no chão
Gritava e chorava
Desesperado,
Naquela triste solidão
Com as lágrimas nos olhos
Inutilmente derramadas
Levantava-me
E corria à procura
Das belas flores
Dos doces frutos
Dos melodiosos sons
Tão ingénuo que só isso via…
Tentei alcançar as flores
A alegria das suas cores
Mas entre elas havia espinhos
Que me cravaram a carne.
Derramaram-se várias gotas
Vermelhas e incolores
Descobri então as silvas entre as flores
Piquei-me, tropecei e quase caí
Tentei colher frutos
Onde não havia obstáculos
Comecei a ouvir vozes
Melodiosas vozes
Segui-as e caí
Caí no pecado
Chorei,
Berrei,
Com mais força que nunca
E na manhã seguinte levantei-me
E errei novamente
Desnecessariamente
Baixei a cabeça
Mas não aprendi…
Rastejei
Andei perdido
Magoei seres inocentes
Queimei-os com a minha raiva
E culpei-os dos meus fracassos
Abri os olhos
Quando o sol abriu os seus
Chorei
Levantei-me e dei a mão
Em sinal de perdão
Àqueles que magoei
Deixei que o tempo diluísse tudo
As palavras frias,
Os olhares ferozes,
Os gestos violentos…
Depois de sarar as feridas
Caminhei em frente
Deixei de colher flores
De me interessar pelos frutos
Ignorei as vozes
Apreciei os sons
E não temi mais a escuridão
Agora só temo a morte
Rastejei
Andei perdido
Magoei seres inocentes
Queimei-os com a minha raiva
E culpei-os dos meus fracassos
Abri os olhos
Quando o sol abriu os seus
Chorei
Levantei-me e dei a mão
Em sinal de perdão
Àqueles que magoei
Deixei que o tempo diluísse tudo
As palavras frias,
Os olhares ferozes,
Os gestos violentos…
Depois de sarar as feridas
Caminhei em frente
Deixei de colher flores
De me interessar pelos frutos
Ignorei as vozes
Apreciei os sons
E não temi mais a escuridão
Agora só temo a morte
Muito bom! ^^
ResponderEliminarGostei do poema, mas tenho uma dúvida. Na estrofe onde falas do sangue que derramaste kuando os espinhos se cravaram na tua carne, as gotas não deveriam ser "vermelhas e INODORAS"? Ou fizeste de propósito kuando escreveste "vermelhas e INCOLORES"?
ResponderEliminarFiz de propósito quando escrevi "Vermelhas e incolores" porque derramaram-se gotas vermelhas (sangue) e incolores (lágrimas)
ResponderEliminarHenrique Espinafre
Foi propositado escrever "vermelhas e incolores" porque se derramaram gotas de sangue (vermelhas) e lágrimas (incolores)
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